Não sei o dia, sei que era primavera em pleno outono e já se
despedia nas tardes ensolaradas de maio … (uma forma diferente de dizer que
estava perdido no tempo)...Quando eu, fulmar cantante, me impressionei com as confissões
perfumadas de um beijoeiro que pintava no vento … a sua alma segredada …
Me aproximei dos seus ramos com canções bonitas nas asas …mas
um cheiro a agua passada … que chocava com a resina dos seus calos …
Apesar da antítese das nossas essências, partilhamos as promessas
desejadas e o brilho mágico das palavras moldadas no íntimo mais profundo…
Nos amámos …
Interrompo este texto desta forma inapropriada pois, dói demais
continuar …
Sei, que esse benjoeiro, continua lindo, sangrando, perfumando
tudo à sua volta, abrigando gaivotas…que seguem para sul …
Sei, que seu tronco é forte e seguro …depende dele a sustentabilidade
de um mundo…
Sei, que será sempre tudo para quem nasceu ou bebeu do seu útero
…
Sei que o amo …
Fulmar- "é uma espécie de ave marinha, parente do albatroz.
“Fulmar” vem das palavras nórdicas ful-mar, que significam “gaivota suja”, e
com razão. Essas aves são conhecidas por seu cheiro horrível. Até mesmo seus
ovos são fedidos. As cascas de ovos dessa espécie alojadas em coleções de
museus continuam a produzir seu cheiro nauseabundo 100 anos depois de serem
armazenadas. Infelizmente, ser fedorento não o ajuda muito entre sua turma:
pássaros têm geralmente um sentido de cheiro ruim, e não se importariam com o
fulmar, embora o mau cheiro seja uma boa defesa contra alguns predadores, como
seres humanos."
Benjoeiro - “é uma
árvore com flores belas que cheiram a baunilha e a laranja …, Uma árvore fornece
uma espécie de resina perfumada denominada benjoim. Serve para utilização como incenso… O
benjoim é empregado em vários produtos como balsamo , tradicionalmente usado
como defumador e o conhecido "Balsamo do monge" Na antiguidade , a resina
era usada para perfumaria e hoje é encontrada nas mesquitas do Oriente, onde é
queimada como incenso muito aromático .É misturado com outras plantas,
( olíbano, sândalo, noz-moscada, damiana e rosa), para preparo do incenso de Afrodite.”